PS esta é sem papas na língua {pa variar}
Tenho dado algumas voltas à cabeça acerca do referendo de dia 11.
A olhar para a pergunta de caras seria até fácil responder. Mas isto de eleições é uma coisa séria e se calhar o melhor é ponderar um pouco:
- aqui há 7 anos já se respondeu a esta pergunta.
- a abstenção elevada na altura não se deveu apenas (a meu ver) a ser um dia porreiro de praia mas muita gente não soube conscientemente responder à pergunta
- quem tiver mais posses vai continuar a ir a Espanha abortar, quem não tem vai continuar a sujeitar-se a situações muito complicadas (não vale a pena tapar o sol com a peneira). Sendo assim, seja qual for a decisão quem ganha são os espanhóis!!!
- estamos novamente a gastar tempo e dinheiro num referendo porque uns senhores/as da Assembleia da República que não têm TOMATES para assumirem que querem mudar a Lei e aguentarem com as consequências políticas e eleitorais dessa opção
- as medidas que irão ser tomadas após referendo dependem muito pouco das opiniões expressas pelos Portugueses, ou seja, os cenários que se põem não são imparciais:
a - se for SIM, ficam satisfeitos os deputados que limparam a água do capote e os espanhóis que abrem as clínicas. Passamos a fazer abortos a torto e a direito (e não me venham com tretas) e vai disparar o número de infectados com SIDA (ai sim!!! não duvidem um segundo)
b- se for NÃO, das 2 uma: ou simplesmente são ignorados os resultados e mais cedo ou mais tarde a Assembleia vai mudar a Lei, ou então daqui a mais uns anitos repetimos o referendo {ad eternum} até se obter o resultado desejado por alguns. (cenários obviamente impensáveis se a resposta for a outra) - Se o bebé for apenas desejado pela mãe, depois da criança nascer, o pai é obrigado (e bem) a contribuir todos os meses para o sustento da criança. Se o bebé apenas for desejado pelo Pai, o aborto ocorre no estabelecimento autorizado mais próximo (onde está a igualdade?!!!!)
- a lei actual já contempla algumas situações
- qual é a diferença entre matar antes ou depois de nascer? dentro ou fora da barriga da mãe?!!!
Olhando atentamente a todos estes critérios (decerto que poderia continuar a enumerar coisas o resto da noite…) há um ponto que me parece fulcral no meio disto tudo: independentemente da minha opinião ou dos critérios apresentados eu vou ser um peão no meio de um jogo político onde alguns se riem à minha custa. Não estou para fazer de palhaço!!!
Resumindo eu, pela primeira vez, não vou votar!!! (e olhem que já fiz 300kms de propósito em época de exames só para ir votar) Não estou disponível para andar a brincar nestes joguinhos políticos.
Tenho muita pena mas dia 11 não voto!!!
Well... maybe not!!!
3 comentários:
comentário ponto a ponto:
- Caro amigo, em princípio verás que nestes 7 anos a opinião terá mudado. Se o mundo não mudasse era uma seca tremenda
- Certo
- Sim, quem ganha são os espanhóis, mas porque raio não consideras quem tem que fazer um aborto num «vão de escada»? Essas não vão lá só por capricho de certeza, ou porque não lhes apetece ter a criança
- De facto, isto é politiquice, mas o povo tem uma palavra a dizer dado que isto mexe com quase todos, mesmo.
- Abortos a torto e a direito? E que tal dignidade a quem precisa numa hora decerto dificil? E a parte da SIDA nem vai merecer um comentário de tão estapafúrdia que é. Ou o preservativo hoje em dia é vendido e usado apenas como contraceptivo?
- Em principio, se uma mãe vai abortar é porque também não há pai que lhe valha.
- E bem contempladas.
- sendo assim também se podiam abortar filhos 25 anos depois de nascerem com tiros de caçadeira. Volta a velha questão de quando é que um feto passa a ser considerado um ser humano. Desde o momento da concepção? Os embriões guardados nas clinicas de fertilidade, e os usados em estudos cientificos, são seres vivos? Ou haverá aqui uma questão de viabilidade? Numa onda diferente, uma pessoa mantida artificialmente viva estando ligada a máquinas, considera-se viva? Um feto com 10 semanas, tem batimento cardiaco mas viabilidade nula.
ou então... não!!!
Comprendo bem os teus pontos de vista. Apesar de tudo, vou voltar a votar. Pelo NÃO!
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